domingo, 15 de junho de 2014

O Romano



Ouvindo a multidão agitada,
Não pude entender nada
O que pediam.
Um homem íntegro, inocente...
Condenado em lugar de um delinquente
É o que queriam.

Eu, completamente pasmado,
Olho para as cenas de meu passado
E recordo...
Como soldado, nunca vi
Uma cena tão dantesca assim...
Não concordo!

Eu ouvi o governador a perguntar...
E em minha mente também a questionar:
“Que é a verdade?”
Um prisioneiro com porte diferente
Com um olhar que penetra dentro da mente
Enxerga toda vontade...

A multidão com fúria voraz,
Que nem mesmo é capaz
De fazer o que é reto.
Eu sou romano, mas percebi
Tamanha injustiça cometida aqui,
Esqueceram o que é certo...

Meu colega Centurião, me falou
De como Ele, uma vez, curou
Seu servo...
Agora O vejo humilhado assim...
E um olhar de amor fito em mim
Não nego...

Só depois eu pude entender,
Que por todos, Ele devia morrer
Pra salvar,
Pendurado naquela cruz, então,
Com o meu nome gravado em Sua mão
Me transformar...


8 de Março de 2014

Salomão Lage